Eu quase dizia no título: a volta para casa. Mas ainda que Montréal me traga a rotina de volta e, com ela, o trabalho e a preocupação com a próxima aula, ainda não é minha casa esse apartamento do boulevard Saint Laurent, sempre esse santo Lourenço perto de mim. De qq maneira, sair dos hotéis e do carro, deixar a estrada e os passeios turísticos para mergulhar nos compte-rendus dos alunos é de certa forma entrar em casa. As estradas aqui são grandes, bem pavimentadas e os carros andam todos, educadamente, pela direita, ainda que em velocidade. De um lado bosques de pinheiros, de outro, os érables em suas cores amarelas de outono e, no meio, canteiros de uma espécie de paina, que o vento vai espalhando pelo caminho, e às vezes lembra flocos de neve. Tivemos dificuldade em entender que, para parar num posto ou num bar, é sempre preciso sair da estrada para a ela voltar, mas enfim conseguimos comer um horroroso sanduíche e chegamos às 3 da tarde, com fome e disposição de ainda andar por Montréal, para Andrea, minha ótima e querida companheira de viagem, se despedir da cidade. Compramos mais lembrancinhas (eu tb já estou fazendo minhas comprinhas), jantamos num belo italiano no Vieux Montréal e terminamos a noite tomando vinho e conversando muito, tanto que hoje estou acabada, penando aqui com a correção dos trabalhos. Deixo para vcs verem a última foto que ainda fiz da cidade de Québec e as imagens de nós duas cuidando do carrinho. As imagens mais importantes, entretanto, são aquelas que as fotos não podem fixar, porque representam a memória de cenas que não se apagarão da lembrança: a visão surpreendente da imensidão do rio após uma curva da estrada, as casinhas pré-moldadas e livres de muros que me traziam sempre à memória as casas dos três porquinhos, a estradinha que contorna a ilha e vai mostrando uma cidade espalhada em pequenas habitações coloridas, a Route de la Nouvelle France que alterna as cores da natureza com a singeleza da decoração de halloween nas fachadas e jardins, a mocinha de meia furada que anda pelas ruas a passos largos e cabelos cor de rosa... E lá vou eu trabalhar!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
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Lucinha, tudo tão bem contado, que merece depois um livro de viagem.Você é realmente uma escritôra,e, passa para agente todas as suas impressões que parece também que estamos viajando.Parabéns por esta facilidade, tão linda!!Para você o meu beijinho . Mamãe.
ResponderExcluirConfessa que vocês ganharam um bom trocado nos sinais!... e olha que você tinha falado dos carinhas nos sinais!... Se precisar de uma ajudante, eu também to precisando de uns trocados...
ResponderExcluirAgora falando sério, eu bem queria ver esse rio... são duas paixões minhas: árvores e rios, especialmente as árvores outonais e os rios gelados... curta bastante!
Lu, ampliando a primeira foto é que vi como a ruazinha é linda! Notou o vaso de flores na última janela da direita,no prédio que está de frente? Parece um belo buquê. Outra coisa, o que significam as bandeirinhas na fachada do prédio? É só para enfeitar ou eles também têm festa junina?...
ResponderExcluirBeijo da Anginha.
Lucia, agora um comentário inter-comentários: Angela, você me fez ver o quanto sou ignorante em questões de computador e o quanto eu estava perdendo!! Pois não é que eu não tinha idéia de que podíamos clicar nas fotos para aumentá-las e poder apreciar os detalhes???Quando tiver um tempinho, vou voltar a algumas fotos que achei especiais para explorá-las melhor.
ResponderExcluirLucia, e como lavadora de carros, você é uma grande escritora!
Mas a viagem de vocês pareceu mesmo espetacular.Que bom!
bj
Solange