sábado, 24 de outubro de 2009

Sábado de chuva







Hoje andei na rua o dia inteiro, apesar da chuva que não parou de cair. De manhã, fui à estação de trem comprar minha passagem para ir, sábado que vem, a Toronto. É engraçada a estação aqui. Uma porta comum na rua anuncia Gare Centrale. Vc entra e parece a entrada de um shopping, com alguns balcões e pequenas lojas. Há um guichê de venda de passagem, onde conversei com o vendedor de bilhetes, que adorou meu anel de lápis-lazuli e me mostrou o dele, de safiras. Trocamos ideias sobre pedras, enquanto eu comprava o bilhete. Eu perguntei onde se tomava o trem e ele me disse que é embaixo daquilo tudo a estação! Fui andando por ali, para não sair na mesma rua em que havia entrado, e descobri que estava já dentro das tais galerias subterrâneas de Montréal, as tais que, juntas têm uns 30 quilômetros de lojas, restaurantes, um shopping emendando no outro, entremeados por estações de metrô e muitos corredores e escadas. Eu acho que, se eu for contar todo o tempo que eu já rodei para descobrir essas galerias, até eu ir embora já devo ter conhecido os 30 quilômetros! Acabei fazendo umas comprinhas, almocei na rua Sainte-Cathérine, a mais animada daqui, passei em casa e saí de novo para ir ao Museu de Arte Contemporânea. O museu é bonito, estiloso, requintado, embora simples e não muito grande. Havia 3 exposições de artistas daqui mesmo, duas de pintura, mas não sei bem se eram de pintura. Havia telas nas paredes, mas havia tb tanta explicação, tanto texto fora e dentro da telas que fiquei pensando se a abstração não se esgotou tb e agora precisa ficar se  explicando, como se procurasse um sentido fora do objeto mesmo, fora do quadro. Mas havia lá uma instalação incrível, de grande vigor e inventividade, com objetos amontoados, espaços inventados, árvores e pedras, tudo pintado com aquelas tintas brilhosas de pintar carros, muros e paredes. Discussão sobre a matéria, sobre a inventividade da arte, sobre o espaço do museu. Saí dali e fui tomar um delicioso chocolate quente na Juliete & Chocolate, onde a Nova me levou, na primeira semana minha aqui, para experimentar o chocolate mais delicioso de Montréal (delicioso mesmo!). Passei no mercado, comprei um queijinho para mais tarde e fiquei observando como é animada a minha rua ao anoitecer de sábado. Os restaurantes se preparam para os jantares, as garçonetes, de vestidinhos curtos, pretos e decotados, no ambiente aquecido, acendem as velas, ajeitam os talheres, enquanto da rua, andando na chuva fria, observo esse movimento mundano e fico com o maior desejo de estar lá. A cidade, mesmo com chuva, está bonita, com as folhas das árvores começando a cair e formar tapetes amarelos. As fotos de hoje mostram então um pouco do meu dia: a moçada se divertindo na rua escorregadia da chuva, no meu caminho de casa para o Museu, a entrada do Museu, as folhas no chão, enquanto as árvores vão do verde ao vermelho, da folhagem ainda bonita aos galhos secos das folhas que o vento e a chuva vão levando...

2 comentários:

  1. O que eu escrevi, sumiu!!!que pena, fico cançada de escrever de novo.Beijos Mamãe.

    ResponderExcluir
  2. Mamãe, uma dica: quando escrever, antes de enviar, selecione tudo e copie. Aí, se sumir, é só colar de novo...
    Lucinha, tire um retrato de uma árvores dessas bem alaranjadas, só ela, centralizada, bem grandona, bem linda, pra mim... eu amo!
    O texto de hoje me lembrou "As cores do discurso". Beijo grande da Anginha.

    ResponderExcluir