quarta-feira, 30 de setembro de 2009

frio chegando







Hoje está fazendo uma temperatura de 8-10 graus aqui, isso quando o vento não corta a alma da gente... Gostei desse primeiro impacto do frio. É bom respirar o ar gelado e sentir que se está em outro país, outras terras, longe do calor de casa. Talvez por isso, por essa distância que o frio torna gelada e cortante, eu hoje saí inteiramente da minha dieta caseira (tudo é desculpa!) e resolvi almoçar na rua, à tarde tomei um café e comi um doce com um casal de professores daqui e ainda terminei o dia com crepe e chocolate, no quartier Latin com a Ana, com direito a foto na rua Saint Denis. Tem tb uma foto que eu tirei de mim mesma (é que Narciso acha feio... vcs sabem...), a Ana me ensinou. Ainda não está boa, mas vou aprendendo e achei que está uma foto feliz, por isso ponho aqui. A torre da igreja, na verdade, não é uma igreja, mas a universidade, já falei sobre essa arquitetura que aproveita a parte externa das igrejas, perto da casa da Nova há tb uma igreja antiga que virou fachada de um prédio de apartamentos. Acho que como há muita igreja e poucos fiéis por aqui, as igrejas ganham outras finalidades... mas o prédio histórico se mantém. Capítulo televisão: chata. Muito programa de humor (que para mim não tem graça) e muito documentário, aqueles documentários de país desenvolvido sobre países pobres, sobre as dificuldades dos imigrantes, sobre cuidados com o meio ambiente, sempre com aquele tom condescendente e profundamente humano, solidário e altivo. Vejo então apenas o jornal, agora é época de eleições aqui, e imaginem vcs que a prefeitura está sendo acusada de corrupção, favorecimento de empresas privadas, uma coisa horrível - e o prefeito a dizer que não sabia de nada, que desconhecia - como é que pode, gente? Essa história da televisão se junta à do supermercado, de que falei ontem, para descrever os estranhamentos que sentimos com essa cultura do dia a dia. A rotina é a melhor reguladora das diferenças.



terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dia de chuva







Chove sem parar, o dia está frio, cinzento e molhadíssimo, daquela umidade que entra por dentro da gente... Por enquanto tenho usado aqui meu casaquinho de couro, que tem sido útil como não foi a vida dele toda, mas já estou vendo que preciso de uma capa dessas que eles usam aqui, impermeável mesmo e que proteja tb contra o vento. De manhã, ainda dei minha caminhada, voltei para a área do porto, que é a minha preferida para caminhar. Vcs vão ver nas fotos que o dia está bem nublado e cinza, mas o céu ainda estava claro. Aproveitei para tirar a foto de uma vitrina de loja de lembrancinhas, só para aqueles que gostam das comprinhas turísticas... À tarde fui à universidade atender uma aluna. Eu entendo pouquíssimo o que eles falam, só compreendo o sentido geral, e vou respondendo, mas a menina pareceu ter ficado satisfeita. Hoje eu acordei várias vezes a partir das 3 da manhã, tive um sono agitado, pensando nas viagens que quero fazer. Duas são incortornáveis: a cidade de Québec e Nova York. Mas ainda não sei quando irei. Primeiro, pq espero a resposta das amigas que ficaram de vir. Depois, pq meu salário ainda não saiu. Vcs nem imaginam como é difícil viver num país cheio de burocracia! Bem, vou tomar um chocolate quente e preparar um livrinho pra ler, pq eu ia ao cinema, mas acho que não vai dar...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

o supermercado e a identidade







Hoje o dia está chuvoso e cinzento, friozinho mas nem tanto... Caminhei pela manhã e depois do almoço fui dar um passeio pela minha rua de 11km... A parte que mais gosto de olhar é a dos portugueses. Nem olho as boulangeries dessa parte, pq devem estar cheias daqueles doces portugueses maravilhosos! Tomei um cappuccino muito ruim num grande café, onde alguns conversavam, outros dormiam, outros olhavam seus notebooks- aliás, o capítulo dos cafés aqui é complicado, ainda não tomei nada bom. Isso além do fato de que todos são enormes, aquelas canecas imensas, mesmo quando vc pede "petit". Os montrealenses tomam muito café, canecas e mais canecas... Aliás, o capítulo alimentação aqui tb é estranho para nós, pq eles não almoçam como nós, mas comem sanduíches, potes de café, frutas, vão comendo pelas ruas, na aula, no metrô, onde estiverem começam a comer... À noite, jantam comida pesada... Eu tenho comido muito em casa, eu mesma fazendo a comidinha. Hoje então resolvi ir a um supermercado grande, que faz entrega. É curioso como o supermercado é uma prova de identidade ou de estranhamento. Eu parecia uma extra-terrestre.. Se vcs vissem quanto esbarrei nas pessoas, nos carrinhos dos outros, nas pilhas de alimentos... só ia dizendo: désolée, pardon... Eu não tinha noção do tamanho do carrinho! E para achar as coisas? Fiquei horas rodando à procura do leite! Dei uma parada na escrita aqui pq chegaram as compras, rapidinho! Isso sim foi uma grande conquista: achar aqui pertinho um supermercado que faz entrega! Mas voltando à filosofia do supermercado: o estranhamento que sentimos lá é o mesmo que sentimos em terra estrangeira. Procurar, calcular o tamanho das coisas, saber o lugar que vc ocupa no espaço... tudo é esforço, trabalho, sensação de estar deslocada, fora de lugar... mas é divertimento tb! Cada pessoa tão compenetrada, fazendo suas compras, apressadamente (assim como fazemos aí). E eu passeando entre as gôndolas...sem pressa, descobrindo os produtos. E tudo é enorme: os pacotes de iogurte têm, no mínimo, 8 potinhos. Água mineral e refrigerantes só em lotes, a cenoura só embalada em grandes bandejas... Adoro ler os cartazes na seção de legumes, frutas e verduras. Eles explicam de onde vem o produto, qual o sabor, se está sucré ou se é picant... Então por hoje é isso, agora vou trabalhar um pouco, que, afinal, estou aqui para isso. Nas fotos de hoje, vcs podem ver o parc du Mont Royal, onde caminhei pela manhã, num dia cinzento. Atenção ao bonequinho do sinal de trânsito, a travessia das ruas aqui é coisa séria, todo mundo respeita os sinais! Vcs podem ver que as árvores já estão querendo mudar de cor...

sábado, 26 de setembro de 2009

O mercado Jean Talon






















Hoje fui ao mercado Jean Talon, o mesmo a que já tinha ido outro dia com a Nova. É um passeio cheio de tentações, delícias (prova-se de tudo!) e de beleza visual. As couve-flores têm várias cores, as ameixas podem ser uma mistura de ameixa com pêssego (e como são doces!), as flores misturam-se às pimentas, os cheiros chamam os olhos... E ainda descobri uma boulangerie com uma fila imensa, mas que valeu a pena, pq não tinha comido uma boa baguette aqui e hoje acertei! Na volta da feira, minha mesa ficou do jeito que eu gosto... À noite vou ao aniversário de Nova, mas não consegui achar leite condensado para fazer uns brigadeiros!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

terceira aula




Hoje vcs estão vendo as fotos da UQAM, a universidade onde dou aulas. São vários prédios, o mais moderno é aquele em que dou aula e aquele em que vcs vêem uma porta de igreja é o prédio do departamento d'études littéraires, em que a arquitetura é simplesmente genial. Eles aproveitaram a igreja antiga e, a partir dela, fizeram um pátio coberto e, em torno desse pátio, o prédio da unviersidade. Meu "bureau" dá para a torre da igreja, é bem bonito! Hoje dei minha terceira aula e me senti melhor. Não li mais, comecei a falar, no meu francês meio tronchinho mesmo, eu não entendo metade do que os alunos falam, eles não devem entender metade do que eu falo, mas estamos nos entendendo bem. Os alunos aqui são muito educados. Imaginem que dei um trabalho para eles fazerem em duplas e eles sussurravam. Na hora do intervalo eles fazem fila para me perguntar alguma coisa, são umas gracinhas! Me chamam de madame "Teksêrá", mesmo eu tendo dito para me chamarem de Luciá. Formalidades daqui. Eu saio da aula exausta, fico andando meio perdida pela cidade. Hoje fui ver Coco avant Chanel, muito bom filme, com aquela atriz que fez Amélie Poulin, que está maravilhosa como Coco.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Parc La Fontaine
















































O dia amanheceu azul e ensolarado, com temperatura de 18-20 graus. Não esqueci da máquina na caminhada de hoje e voltei ao parque La Fontaine. Aliás, o nome do parque não se deve nem a uma fonte nem ao La Fontaine das fábulas, mas a um certo la Fontaine político canadense. No caminho até o parque, 15 minutos da minha casa, vou olhando em volta, prestando atenção, coisa de que a gente se esquece no dia a dia corrido. A cidade, que é mesmo interessante como parece à primeira vista, vai me mostrando suas contradições. Por um lado parece ter resolvido o problema da inclusão - e por toda parte se veem pessoas se movimentando sozinhas em suas cadeiras de rodas elétricas, com todas as facilidades de locomoção (vc vê essas pessoas nas lojas, metrôs, ruas, restaurantes...), gente com algum problema físico trabalhando em lojas e supermercados, se não se nota sinal de racismo nem de intolerância às diferenças, ao contrário, tudo o que aparece escrito aqui vem em inglês, em francês, no masculino e no feminino. O Quebec inventou a flexão de gênero na língua francesa! As professoraas aqui não são madame mas professeure. Se tudo isso é bacana e admirável, ainda existem muitas pessoas dormindo nas ruas, alguns jovens, alguns esquimós, mas tb os clássicos mendigos das grandes cidades. No domingo, vi um homem ser agarrado roubando numa loja de sapatos (e de terno, super bem arrumado e pintoso), hoje vi várias pessoas numa fila de espera por doações na porta de uma igreja... Será que um dia essas cenas serão apenas memória? Mas agora quero falar das fotos que fiz no parque e que mostram não só as belezas das folhagens, dos lagos e da fonte, mas tb as curiosidades: um esquilinho branco que simplesmente parou e ficou me olhando, como se posasse para a foto, e a ginástica das mães com seus carrinhos de bebê. Eu nunca tinha visto uma coisa assim: um grupo de umas 20-30 mães empurrando seus carrinhos, lideradas por uma professora de ginástica, correndo, caminhando e fazendo alongamentos, sempre cada uma empurrando seu carrinho! Curioso é que eu estava lendo ontem um livro de uma escritora daqui, Nicole Brossard, feminista radical, que contava justamente que levava sua filha para passear nos parques e, entre ela e as outras mães, se fazia um silêncio imenso e embaraçoso, pq elas não tinham nada a se falar. Hoje quando vi essa cena compreendi um pouco a Nicole. Vcs podem imaginar o que conversam montes de mães jovens, fazendo ginástica em pleno horário de trabalho, no parque ensolarado, atentas a seus bebês? Uma outra foto curiosa é a que mostra um sapato embaixo de uma cadeira. Quem olhar a foto do conjunto vai entender e depois me explicará que sapato era aquele... No final da caminhada, a linda rua com as casinhas que eu adoro... Finalmente, queria dizer a todos os meus amigos que os comentários de vcs me alegram a vida aqui! É por eles que continuo a escrever. Minha mãe, minha comentarista mais fiel e interessada, é um caso à parte, seja pela graça do que escreve, seja pela graça que ela é. Até amanhã então!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

os parques


Hoje fui caminhar num novo lugar, o parque La Fontaine. Fiquei pensando que toda cidade tem um parque, ao menos, e que, afinal, todos os parques são parecidos: árvores, lagos artificiais, fonte jorrando água, bichinhos, canto de pássaros. Cada um tem vida própria e entra em nós de um modo particular. O parque La Fontaine me conquistou pelos seus caminhos em três níveis de altura, contornando o lago. Os lindos érable estão lá, com as folhas quase querendo amarelecer daqui a mais um pouquinho. As folhas do érable são o símbolo do Canadá e a árvore dá um delicioso sirop d'érable,uma espécie de melado mais ralinho e clarinho que a gente põe em tudo, da salada ao crepe. É a folha de érable que coloco como foto hoje, pq esqueci de levar a máquina na caminhada matinal. Os esquilinhos corriam por todo lado, as bicicletas, em suas pistas próprias, passavam velozes, a "fontaine" jorrava água, pessoas faziam ginástica oriental, outras caminhavam com seus cães, os patos e marrecos buscavam o sol escondido nas nuvens cinzentas do dia chuvoso... e, ao lado, avenidas movimentadas. As ruas que dão no parque são lindas, todas super arborizadas e com aquelas casinhas inglesas tão típicas daqui. Vim para casa, inventei uma combinação que ficou muito boa, camarão com couve-flor, e saí para umas comprinhas. À tarde trabalhei e à noite fui ao cinema ver um filme catalão, Dali, Lorca, Bunuel - pois é, lá estão os três personagens, ligados numa história de amor, política e arte. Gostei muito. Voltei para casa, andando, sozinha, 11 e meia da noite, numa boa, sem perigo, sem medo. Deve ser bom viver numa cidade em que... vcs sabem...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A língua e eu


Minha conferência hoje foi boa, as pessoas pareceram gostar, fizeram perguntas, foi um encontro muito simpático. Preparei um powerpoint muito bom, com imagens ótimas, viu Karlinha como aprendi direitinho? Conheci brasileiros e gente que gosta do Brasil. Meu problema com a língua é que me angustia sempre. Fico tão aflita que escrevo tudo e, na hora, acho chato ficar lendo. No entanto, não me sinto segura para improvisar falando. É como nas aulas, mas agora, a partir de sexta-feira, acabaram-se as aulas preparadas por escrito e vou improvisar mesmo, vamos ver. É possível que essa dificuldade com a língua esteja mais ligada ao meu temperamento que a uma real dificuldade. Preciso me sentir à vontade para falar e me aproximar das pessoas e aqui, num lugar estranho, a dificuldade é muito maior. Por outro lado, num lugar estrangeiro, vc acaba conhecendo pessoas que nunca conheceria no seu país e acaba fazendo amigos ocasionais, sempre muito importantes. Foi assim em Paris e está sendo aqui assim. Alguns vão ficar para sempre, como Nova, outros ainda não sei... Mas todos, no momento em que vc está aqui, são as pessoas mais importantes da sua vida e tornam a estadia possível, agradável, alegre. Deixo hoje para vcs o autorretrato da Tarsila, tão bonito, do qual falei na conferência.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Novos caminhos






















Hoje resolvi mudar de direção e caminhar num parque, em vez de descer para o rio. É sempre bom mudar de lado, subir em vez de descer, olhar à direita em vez de à esquerda, descobrir novos lugares, ruas, pessoas... Vão aí as fotos do parque, com um esquilinho para Fernanda e Flávia, as casinhas típicas, e a visão de uma cidade muito bonita, ampla, cosmopolita. Hoje consegui fotografar os bebês no carrinho de 6 lugares, mas eu estava muito longe e a foto não ficou boa, vou fazer outra depois. Fotografei tb meu almocinho, pq adorei ter comido posta de bacalhau fresco cozida no azeite e temperos, acompanhada de couve-flor e salada, comidinha seguida de fraises du Québec, que delícia!!! Depois de tudo isso, trabalho, muito trabalho. Estou escrevendo a conferência, passando para o francês trechos de textos meus e costurando tudo. Esse é mesmo meu maior desafio, a língua, a fala, o discurso...

domingo, 20 de setembro de 2009

O monte real


















Hoje comecei o dia lavando roupa e trabalhando. Tinha que preparar a conferência e lá vim eu pro computador. Mas o dia estava tão lindo, tão azul, o sol era tão convidativo que larguei tudo e fui passear. Resolvi ir ao Mont Royal, o ponto mais alto da cidade, de onde se tem uma visão completa. Para poupar o fôlego da subida e guardá-lo para a descida, fui de metrô e de ônibus. Quando cheguei no ponto de ônibus, encontrei uma mocinha muito bonitinha e perguntei a ela, em francês, se sabia se o ônibus demorava, ela me respondeu um pouco hesitante, disse que não era daqui, daí puxei um papinho e perguntei de onde ela era. Sabem de onde? Do Brasil, claro! Conheci então a Ana, uma jovem estudante de doutorado em Biologia, que foi uma ótima companhia de passeio. Subimos juntas de ônibus, ficamos deslumbradas com a vista, depois descemos por uma escadaria e saímos já aqui perto de casa. Dali fomos almoçar e depois nos separamos, trocando endereços e promessas de novos passeios. Foi um ótimo encontro e eu fico pensando nas coincidência interessante de ter resolvido sair naquela hora e ter encontrado justamente uma brasileirinha simpática que havia decidido ir ao mesmo lugar que eu, na mesma hora. Pus aí algumas fotos da vista e da escadaria. Há uma foto de uma rua da cidade, de onde se vê o morro e a cruz que marca o ponto mais alto, para que tenham uma ideia da altura que subimos. Fernanda e Flávia teriam adorado esse programinha!!! Hoje fiquei pensando que quero mesmo é me aposentar e só passear, mas pode ser que amanhã mude de ideia...

sábado, 19 de setembro de 2009

Os palcos e os subterrâneos do sábado em Montreal











Hoje fazia um lindo dia aqui: sol forte, céu azul e temperatura média de 10 graus. Adoro esse tempo, acho lindo! Aproveitei o lindo dia indo ao lançamento do livro de minha jovem amiga Nova Doyon. Foi um evento, "Les grands combats de la presse à Montréal", promovido pelo Petit Musée de l'Impression, no Centre d'Histoire de Montréal, na parte antiga da cidade. Havia uma exposição de reproduções dos jornais antigos, com a história deles, organizada por Nova. Montaram uma mesa ao ar livre e os autores falaram sobre seus livros. Nova foi a primeira e seu marido, Dominique, fotografou tudo, as fotos estão aí para vcs verem. Na primeira, Nova falando e eu escutando atentamente... Depois, na sequência, nós duas, eu e o Dominique brincando ao fundo, as duas fotos tiradas nas antigas épicuries de Montréal, e, em seguida, Nova autografando meu exemplar. Foi um evento muito interessante, ouvi as falas e fiquei muito pensativa, pq as lutas dos países colonizados acabam sendo as mesmas. Aqui houve muita luta pela liberdade de expressão. E hoje, quando isso aparentemente está resolvido, havia lá três autores falando da censura dos meios de comunicação e - o pior - da censura das próprias universidades em que são feitas as pesquisas. Como as universidades aqui recebem doações de empresas e benfeitores, esses doadores acabam interferindo na produção dos pesquisadores. Assim, o livro que denuncia a ação predadora e selvagem de empresas canadenses na África não pode ser resenhado no jornal da universidade!
Depois do lançamento e dos debates, fomos almoçar num restaurante chinês, em que se come à vontade por um preço único. Uma tentação! De lá, Nova me levou para conhecer os famosos subterrâneos de Montréal e são realmente impressionantes, pq são enormes e com uma quantidade de lojas inacreditável. Eu nunca vi tanta loja de roupa na minha vida, como e para quem que se fabrica tanta roupa?
Hoje estou muito cansada, acordei às 4 da manhã e não consegui voltar a dormir, preocupada com a conferência que tenho que fazer na terça-feira no Centro de Estudos Brasileiros da UQAM. E ontem tinha ido dormir tarde, pq fui jantar na casa de um casal de professores muito simpático e acolhedor, que sempre recebe muito bem os professores brasileiros que vêm aqui. O jantar foi super francês, com aperitivos, entrada, prato principal, salada, queijos e sobremesa. Tudo acompanhado de pães deliciosos e vinhos adequados, ah como é que eu posso manter esse corpinho maravilhoso em forma???

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

noite na igreja











Hoje à tarde fui à UQAM e fiz essas fotos de uma praça que fica em frente a um dos muitos prédios da universidade. Acho uma coisa incrível esse jogo de xadrez e essas esculturas que a gente nãso sabe o que querem dizer...




Agora à noite estou chegando de um espetáculo muito bonito, a coisa mais linda que vi aqui até agora.. Um espetáculo de luzes e som na igreja de Notre Dame. Eles apagam a igreja, que é maravilhosa, e levou séculos sendo construída, e vão projetando um filme, com a história da igreja. No final, quando vão falando das coisas que foram sendo criadas na decoração e construção, as luzes vão se acendendo pouco a pouco e mostrando cada aspecto da igreja, que é simplesmente maravilhosa. O espetáculo termina com toda a igreja acesa, uma coisa comovente! Nas fotos vcs podem ver a igreja, mas era noite e eu ainda não sei usar o flash direito, estão nas fotos o altar, o órgão lindo e imenso e o púlpito. Dá para ter uma ideia. Depois fui jantar num restaurante de turista, muito cheio, música assim assim, bela decoração, comida assim assim e preços altos... Nem tudo é perfeito...

Que alívio!




Gente, hoje consegui voltar a acessar meu blog, olha só como estou ficando espertinha em internet!!! As fotos são de ontem: eu tomando um suco de laranja natural na praça em frente ao porto ( o suco mais caro que já tomei: 5 dólares e cinquenta!!!) e uma foto que achei boa: as torres da Notre Dame com um prédio moderno que faz um belo equilíbrio com a arquitetura antiga... Quis fotografar uma coisa, mas não me deixaram: carrinhos de bebê, com 4 e 6 lugares!!! Uma graça, gente: umas mocinhas, que devem ser passeadoras de bebês, põem num carrinho com 4 ou 6 divisões os bebês, um sentadinho em cada divisão, e lá vai passer com eles! Perguntei se podia fotografar, mas uma das mocinhas, gentilmente, disse que não.
Tenho caminhado todos os dias, para aproveitar os belos dias de céu azul, sol e vinte graus desse verão que vai chegando ao fim. Hoje meu colega da UQAM me apresentou ao ginásio de esportes da universidade e fiquei animada de fazer ginástica por lá quando o tempo ficar mais frio. Tenho que fazer exercício, pq, quando se está fora assim, dá vontade de provar de tudo. Tenho comido muitos queijos gostosos, patês, pães, doces. Imaginem!!! Hoje almocei num restaurante vegetariano a peso, que minha querida amiga Nova me apresentou. Fica na rua Saint Denis, animadíssima, cheia de restaurantes, bares, livrarias, uma delícia de rua!!! Depois tiro fotos para mostrar. Ontem fui ao Museu de Belas Artes, muito bonito e com boas peças. O prédio é interessantíssimo, aliás são dois prédios, um antigo e um novo, ligados, claro, por baixo da rua. Há muitos subterrâneos por aqui, mas não é como eu pensava, um grande shopping embaixo da terra. São galerias que, ao que parece, se comunicam, mas eu estou conhecendo uma de cada vez. O comércio de que mais gosto aqui são as farmácias, tem de tudo lá, de artigos depapelaria a remédios, de produtos de beleza a artigos de limpeza... Muita variedade, muita quantidade. Tudo aqui incentiva o consumo, é preciso ter cuidado. Hoje à noite vou conhecer a igreja de Notre Dame, ver a iluminação noturna do Vieux Montréal e beber un verre de rouge por lá...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

minha casa





















Hoje estou mostrando algumas fotos de minha casa em Montréal. Não ficaram muito boas, mas dá para ter uma ideia. Eu quase troquei a caminhada de hoje por uma faxina, mas fazia um dia tão lindo que não tive coragem. Lá fui eu de novo caminhar no porto. Quando cheguei dei uma boa faxina no banheiro, mas fiquei cansada de continuar, amanhã arrumo outra coisa. Já mexi um pouco na sala, mudei uns vasos de lugar e tirei uma horrível toalha da mesa. Na minha caminhada de hoje, eu pensava que já vou acostumando os olhos à paisagemn e às vitrines daqui. É curioso como os olhos estranham primeiro o que é diferente. À tarde trabalhei em casa e, à noitinha saí para ir ao cinema com a Nova. Vimos um filme québecois, muito bom, Les grandes chaleurs e fiquei contente pq entendi quase tudo. Mas hoje, com tudo isso de bom que aconteceu, estou chateada pq não consigo mais acessar minha conta google, nem sei por quê, eles me fazem criar outra e mais outra e a minha luciatso se perdeu, foi-se...